Li este texto no blog: Significantes.
Achei interessante e quero compartilhar com vocês.
Bjsss...Beth
A máxima freudiana, que nunca saiu de moda, agora é questão global. Não que já não o fosse antes, mas o global a que eu me refiro agora é a Rede Globo, mesmo.
Pois bem, esta é uma pergunta que obsessivamente homens – e mulheres – se fazem todos os dias, desde que o mundo é mundo, eu arrisco a dizer.
Mitos surgem de que as mulheres tenham rituais secretos quando vão ao banheiro, e que por isso convidam outras mulheres a irem.
Bolsa de mulher é coisa que só os homens mais corajosos (ou os mais desconfiados) se atrevem-se a enfrentar. Se perdem diante de tantas coisas – de lixa de unha até papel de bala, passando por telefone, maquiagens, brinquedos e bilhetes.
Se angustiam diante de crises de choro aparentemente sem razão, eventualmente apaziguadas com chocolates. Beiram à loucura com suas decisões firmes sem grandes explicações lógicas. Perdem-se diante de um guarda-roupas onde tudo tem e tudo falta. Não suportam as queixas femininas, que, as vezes, apenas têm como objetivo queixar-se. Querem resolver. Não sabem como.
Por causa dessa dúvida, a dúvida masculina, mulheres já apanharam, foram queimadas, estupradas, violentadas, e também, amadas.
Quando um homem ama uma mulher, ele quer realizá-la. Quer fazer tudo o que ela desejar. Mas aí não fica muito claro para ele o que quer a sua amada. Ele se angustia, pede que a mulher formule melhor a sua demanda, acha que ela não sabe se expressar. Aos poucos, de acordo com o imaginário de cada homem, fica enfurecido achando que a mulher não sabe o que quer, ou desconfia dela e por isso a desautoriza, ou, aprende/inventa um modo de lidar com isso – o enigma feminino.
Os homens suplicam para que as mulheres lhe digam o que querem. Mas, elas não podem, não porque seja algo secreto, mas simplesmente porque muitas vezes elas também não sabem. E a questão atravessa o que quer a mulher, a questão é: o que é uma mulher?
Ser mulher é não ter um pênis? Ou seja, ser mulher é estar em falta de algo?
Ser mulher é ser mãe? Mas aí, só se é mulher depois de ser mãe? E as que não são?
Ser mulher é ... ?
E, bem, não há apenas um modo de responder a essa questão. Há vários. Cabe a cada uma, ao seu modo, trilhar o seu caminho, desvendar o enigma de sua feminilidade, descobri-la, inventar um jeito de fazer algo com ela.
E, talvez esteja justamente aí a beleza dos relacionamentos, na diferença que há entre os sexos (refiro-me aqui ao sexo além da diferença anatômica), na diferença que há entre as pessoas. É da diferença que surge o desejo.
Ana Suy Sesarino -
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